sábado, 7 de junho de 2014

De escritor para escritor: Homenagem de Mia Couto a Manoel de Barros



Poema escrito por Mia Couto para Manoel de Barros
















          Algumas informações que todos nós precisamos saber sobre Mia Couto
Quando penso em grandes personalidades africanas, Mia Couto sempre aparece religiosamente em minha lista. Um dos mais proeminentes escritores africanos dos nossos dias, foi premiado em 1999 com o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de obra.  Em 2007 foi agraciado com o prêmio União Latina de Literaturas Românicas. Para quem acredita que apenas os escritores brasileiros escreveram sobre os negros (relatos da escravidão e preconceito), deveria conhecer as obras do Moçambiquenho mais importante para a literatura. Mia Couto escreve sobre a história e valorização dos personagens negros além do "choque" cultural entre a moderna Africa e os valores religiosos do passado africano, incluindo os mito ancestrais e o sobrenatural. 

                                                      O homenageado: Manoel é nosso!!



















         Digno da admiração e homenagem de Mia Couto, o poeta Manoel de Barros tem um relação única com as palavras! Um conselho: para ler os poemas dele, devemos esquecer de tudo que sabemos sobre poesia.
 De acordo com o próprio escritor, poesia a gente não descreve: "eu sou procurado pelas palavras, elas me incitam, se apaixonam por mim e desabrocham em mim". Para ele, o belo trabalhado não tem inspiração, tudo tem que acontecer de forma natural, e o encanto que tem nas pequenas coisas que foram jogadas fora, aguça sua percepção de mundo. Manoel prefere falar das coisas ignoradas, aquilo que ninguém observa para ele é mais interessante. Essas características fazem com que o poeta Manoel de Barros tenha um estilo inconfundível. Sua forma singular de usar e ser usado pelas palavras, não alcançou apenas o povo brasileiro, ultrapassou oceanos e fronteiras fazendo com que o escritor Mia Couto demostrasse tamanho admiração e respeito por sua irreverente escrita. Difícil é não se encantar com seus poemas! Que tal uma sobremesa?

A maior riqueza do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastardo
Palavras que me aceitam como sou - 
eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que
abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às seis horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc.etc
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando
borboletas

Manoel de Barros



Bem Instruída Indica:







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