sábado, 21 de junho de 2014

A Renovação do Livro Infantil

          Em plena modernidade o que não falta são novidades tecnológicas para entreter e divertir a criançada. Hoje, podemos perceber nas escolas que os usuários de aparelhos celulares ou melhor, smartphones, tablet, iPad, iPod e companhia, são precoces e com faixa etária cada vez menor. Sem falar nas variedades dos Games que o mercado oferece! É diante de tal realidade que os livros precisam concorrer para ocupar uma pontinha de espaço no cotidiano dos jovens e futuros leitores.
          Analisando o universo editorial, percebi que as editoras estão buscando meios de se adaptar  para acompanhar a renovação tecnológica constante na sociedade. A solução era apenas uma: se desligar dos padrões antigos e oferecer inovações literárias que atraíssem a curiosidade das crianças. Sabemos que  para a mente humana não há limites, o avanço tecnológico é um bom exemplo disso. A ideia foi direcionar esse foco para criar e adaptar novos modelos de livros infantis.  Os resultados são de deixar não apenas as crianças encantadas, mas os pais também.

          Podemos encontrar livros nos mais diversos estilos e utilidades. Os contos tradicionais (conhecidos por clássicos infantis) continuam com o mesmo conteúdo, com exceção  daqueles que foram adaptados ou serviram de inspiração para a criação de novos contos; é o caso de Chapeuzinho Amarelo, escrito por Chico Buarque. Os contos de fadas tradicionais receberam novas roupagens, cores e utilidades. Outro ponto positivo é que o número de escritores e estilos de livros infantis cresceram consideravelmente, inclusive,  best-sellers para o público mirim. Também é muito válido acrescentar que os livros didáticos  estão mais coloridos e divertidos do que antes. Hoje, aprender virou uma brincadeira divertida na boa e "velha" companhia dos livros. 

Selecionei alguns modelos que encantam todas as idades!








sábado, 7 de junho de 2014

De escritor para escritor: Homenagem de Mia Couto a Manoel de Barros



Poema escrito por Mia Couto para Manoel de Barros
















          Algumas informações que todos nós precisamos saber sobre Mia Couto
Quando penso em grandes personalidades africanas, Mia Couto sempre aparece religiosamente em minha lista. Um dos mais proeminentes escritores africanos dos nossos dias, foi premiado em 1999 com o prêmio Vergílio Ferreira pelo conjunto de obra.  Em 2007 foi agraciado com o prêmio União Latina de Literaturas Românicas. Para quem acredita que apenas os escritores brasileiros escreveram sobre os negros (relatos da escravidão e preconceito), deveria conhecer as obras do Moçambiquenho mais importante para a literatura. Mia Couto escreve sobre a história e valorização dos personagens negros além do "choque" cultural entre a moderna Africa e os valores religiosos do passado africano, incluindo os mito ancestrais e o sobrenatural. 

                                                      O homenageado: Manoel é nosso!!



















         Digno da admiração e homenagem de Mia Couto, o poeta Manoel de Barros tem um relação única com as palavras! Um conselho: para ler os poemas dele, devemos esquecer de tudo que sabemos sobre poesia.
 De acordo com o próprio escritor, poesia a gente não descreve: "eu sou procurado pelas palavras, elas me incitam, se apaixonam por mim e desabrocham em mim". Para ele, o belo trabalhado não tem inspiração, tudo tem que acontecer de forma natural, e o encanto que tem nas pequenas coisas que foram jogadas fora, aguça sua percepção de mundo. Manoel prefere falar das coisas ignoradas, aquilo que ninguém observa para ele é mais interessante. Essas características fazem com que o poeta Manoel de Barros tenha um estilo inconfundível. Sua forma singular de usar e ser usado pelas palavras, não alcançou apenas o povo brasileiro, ultrapassou oceanos e fronteiras fazendo com que o escritor Mia Couto demostrasse tamanho admiração e respeito por sua irreverente escrita. Difícil é não se encantar com seus poemas! Que tal uma sobremesa?

A maior riqueza do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastardo
Palavras que me aceitam como sou - 
eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que
abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às seis horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc.etc
Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando
borboletas

Manoel de Barros



Bem Instruída Indica: